sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Universo animado de Fate

De uns tempos para cá, muita coisa na franquia Fate mudou, o universo se expandiu e se tornou algo 
maior que o Nasuverso que originalmente era composto por Tsukihime, Kara no Kyoukai e Fate/stay night. Hoje, Fate possui uma grande quantidade de spin-offs, séries derivadas da obra original, algumas com temas completamente diferentes para justamente atrair uma maior quantidade de público possível. Mas para quem nunca teve contato, fica difícil entender por onde começar a assistir e o que exatamente assistir, por conta disso resolvi criar uma lista com as séries principais e tentar guiar novatos nessa jornada. Mas basicamente é o seguinte, eu recomendo que assista primeiro a série clássica, para entender como funciona o universo de Fate, só depois se arrisque com os spin-offs. 

Fate/stay night (2004)

Tudo começa com Fate/stay night, lançado em 2004 pelo estúdio DEEN. Essa é uma adaptação da rota original do jogo (que ao todo tem 3 rotas alternativas) com algumas alterações na história para apresentar todos os personagens na medida do possível, assistindo ele você tem uma visão bem ampla de como é a guerra que eles estão participando e como o autor da série planejou o final. A animação pode não ter a mesma qualidade de hoje por conta do pouco orçamento da época e também por causa da data que é um anime já antigo, mas nada tira o brilho desse primeiro anime que foi o ponta pé para todo o resto. A história é a seguinte, de tempos em tempos surge em Fuyuki o Cálice Sagrado ou Santo Graal que dizem realizar qualquer desejo, o Cálice procura 7 candidatos que são chamados de Mestres para invocar 7 servos que são espíritos de heróis que viveram em várias épocas, eles precisam lutar entre si em uma batalha mortal até reste apenas um, então o Cálice vai realizar o desejo tanto do Mestre quando do Servo, o protagonista da história é Shirou Emiya que não tem aptidão para ser um mago, mas mesmo assim é convocado pelo Cálice a participar da guerra junto com Saber, a servo que ele acaba invocando sem querer. Juntos, eles precisam impedir que o Cálice caia em mãos erradas para evitar que alguma tragédia ocorra. 

Fate/stay night: Unlimited Blade Works (2010) 

Depois do sucesso que foi Fate/stay night, o estúdio DEEN resolveu adaptar uma das rotas alternativas da série, mas em formato de filme, com isso surge Unlimited Blade Works. A história deixa de focar na guerra e passa a desenvolver mais o protagonista da série, Shirou Emiya, e seu confronto contra Archer, servo da Rin Tohsaka. Esse filme é bem passável, se foi difícil para o anime de Tsukihime adaptar tudo em 12 episódios, imagine adaptar a história de uma rota em um filme de 1h30, para mim, o filme só saiu para saciar a vontade dos fãs que já conheciam a história e queriam ver um "melhores momentos" da rota animado, se tem alguma coisa que se salva no filme, é a trilha sonora que é uma das melhores na minha opinião. É melhor assistir a versão da ufotable. 

Fate/Zero (2011) 

Este é uma prequela de Fate/stay night, a história se passa 10 anos antes e mostra como foi a guerra anterior. Se você assistiu o anime de 2004, já sabe como essa história termina, mas o interessante disso não é saber o desfecho, mas sim como chegam a esse resultado. De toda a franquia animada, Fate/Zero é a que tem a história mais sombria, isso porque o autor que escreveu foi Urobuchi Gen, famoso por criar histórias sem finais felizes. Animado pelo estúdio ufotable, Fate/Zero é considerado por muitos a melhor história da franquia com qualidade artística impecável, história envolvente e dramática. Kiritsugu Emiya é o protagonista e vemos a sua jornada como mestre e mercenário para conseguir ganhar a guerra e conseguir realizar o seu maior sonho, nem que para isso ele precise acabar com as pessoas que ama. 


Fate/stay night: Unlimited Blade Works (2014) 

Depois do sucesso de Fate/Zero, a ufotable ficou encarregada de fazer um "reboot" na série. A continuação direta da animação de Fate/Zero foi a segunda rota de Fate/stay night: Unlimited Blade Works, a mesma história que em 2010 recebeu um filme, desta vez foi adaptada para a TV com duas temporadas. Algumas pessoas se decepcionaram com o anime porque acharam que ele teria o mesmo clima que Fate/Zero, mas não se engane, a história é interessante. Como já disse antes, a história é focada em Shirou Emiya, como ele herda os sonhos de seu pai, Kiritsugu, para se tornar um herói e como esses ideais podem acabar se tornando o maior arrependimento de sua vida. 

Fate/stay night: Heaven's Feel (2017-2020) 

Além de UBW, a ufotable ficou encarregada de animar a terceira e última rota de Fate/stay night: Heaven's Feel. Particularmente, eu considero essa a verdadeira continuação de Fate/Zero, muitos pontos soltos deixados no final da série são resolvidos aqui, além de ter exatamente a mesma atmosfera pesada de Fate/Zero, mas diferente de UBW, Heaven's Feel foi transformado em 3 filmes: I. Presage Flower, II. Lost Butterfly e III. Spring Song. Novamente, a história não foca na guerra, mas sim em Sakura Matou e seu poder oculto que pode causar uma tragédia sem tamanho, Shirou precisa escolher o que precisa fazer, ser um herói e derrotar Sakura ou achar uma forma de salvá-la mesmo arriscando a vida de várias outras pessoas. 

E essa é a história "oficial" que acaba com Heaven's Feel, lembrando que se você quiser ver na ordem cronológica, comece por Fate/Zero e depois escolha qualquer uma das outras histórias, todas elas tem o mesmo começo, mas tem desenvolvimento bem diferente, então não necessariamente você precisa ter visto uma para ver a outra, claro que você só vai entender algumas referências ou ações que alguns personagens tomam se conhecer todas as histórias, mas nada que estrague a experiência. Existe também a continuação direta de Fate/stay night chamada de Hollow Ataraxia, mas ela não recebeu uma adaptação em anime. 

Depois daqui, tudo o que for citado são spin-offs, séries que foram baseadas na obra original, algumas usam personagens já conhecidos e outras criam personagens novos com um enredo completamente diferente. 

Fate/kaleid prisma Illya (2013-2021)

Prisma Illya é uma história adaptada do manga com mesmo nome, a história é totalmente alternativa que transforma uma das personagens da série, a Illya, em uma garotinha mágica (?). A história começa como uma cópia de Sakura Card Captors, mas logo depois ganha seu próprio enredo e aprofundando os personagens. A série é recheada de fanservice que pode chegar a criar uma certa polêmica, mas se ignorar isso, você vai descobrir uma história muito interessante de acompanhar, além de excelentes cenas de ação. Para você ter uma ideia da popularidade, o anime já ganhou 4 temporadas, 2 filmes e ainda tem uma adaptação ainda não divulgada em produção, enquanto que o manga ainda continua em publicação. O filme Sekka no Chikai é bem interessante porque mostra como a história é boa sem apela para o fanservice, muitos chegaram em Prisma Illya por causa dele. Existe um especial chamado de Prisma☆Phantasm, fortemente inspirado em Carnival Phantasm, são várias esquetes cômicas com os personagens da série. 

Carnival Phantasm (2011-2021) 

Carnival Phantasm é baseada em um doujin chamado Take Moon que faz um crossover com os personagens de Fate/stay night com os de Tsukihime. O anime é focado totalmente na comédia usando piadas e referências das duas séries, por isso é necessário pelo menos ter o mínimo de informação das duas séries para poder curtir ela por completo, a série fez tanto sucesso que Prisma Illya usou essa fórmula descontraída para criar Prisma☆Phantasm e em 2021 Carnival Phantasm ganhou uma versão alternativa chamada de Fate/Grand Carnival, mas ela não usa os personagens de Tsukihime, focando totalmente no universo de Grand Order. Vira e mexe acabamos ganhando algum episódio especial. 

Fate/Prototype (2011) 

Esse especial saiu junto com o terceiro volume de Carnival Phantasm, como o nome diz, esse seria a história original de Fate/stay night, mas seu criador, Kinoko Nasu, resolveu mudar a história para o que nós conhecemos hoje. A protagonista seria uma garota chamada Sajou Ayaka e seu servo seria Saber que não teria o sexo trocado. Reza a lenda que Kinoko Nasu não gostou da história por causa da protagonista ser mulher e isso poderia dar a impressão que seria um jogo voltado para o público feminino já que poderia cair naquele clichê da mocinha ser salva pelo cavaleiro, além dela ficar rodeada por outros homens, e por causa disso Ayaka virou Shirou e Saber virou uma mulher. Não se sabe exatamente de como seria a história, já que ela é diferente da versão final, mas isso não impediu de criarem CD-Dramas e também Light Novels chamadas de Fate/Prototype: Fragments of Sky Silver - que são prequelas de Prototype. 

Fate/Apocrypha (2017)

Apocrypha é baseada em uma light novel com o mesmo nome que é baseada em um jogo protótipo da Type Moon, mas que nunca foi levado para frente, suspeito que essa ideia foi utilizada para a criação de Grand Order. A história passa em um universo paralelo onde não houve a guerra que acontece em Fate/Zero. O Cálice Sagrado é roubado do Japão e levado para outro lugar e em vez da guerra normal, aqui é criada duas facções totalizando 14 mestres e 14 servos mais um servo que serve como juiz dessa guerra. A série tem 25 episódios divididos em 2 temporadas, para mim, dentre todas as adaptações, essa é a mais fraca e até diria que é passável, o grande apelo da história é aumentar o número de servos do universo de Fate. 

Fate/Extra: Last Encore (2018) 

Este aqui é uma adaptação do jogo Fate/Extra para PSP, a história se passa no futuro e em um mundo virtual. Aqui a maioria dos personagens são novos e a trama volta com o foco para a guerra pelo Cálice Sagrado/Santo Graal, Last Encore, mesmo sendo baseado no jogo, não segue a história dele, mas foi proposital para que quem assistisse o anime ficasse interessado no jogo e vice-versa. Hakuno Kishinami perde a memória de quem ele é e junto com a Saber, precisam subir todos os andares do mundo virtual até chegar no núcleo do computador e descobrir sua identidade, mas para isso ele precisa eliminar os mestres que protegem os andares. A história total tem 10 episódios e mais 3 extras que encerram a série. 

Fate/Grand Order (2016 - ????) 

Acho que é aqui que a coisa fica um pouco mais complicada. Grand Order é baseada em um jogo para smartphones no formato "Gacha". A história se passa em 2015, Fujimaru Ritsuka trabalha junto com Mash na Chaldea, uma espécie de organização que monitora eventos da humanidade que podem trazer a extinção da raça humana e, aparentemente, em 2016 haveria um evento que a humanidade poderia ser extinta, a causa foi alguma anormalidade/singularidade que aconteceu em 2004, ano que acontece os eventos de Fate/stay night. Fujimaru e Mash precisam viajar no tempo, encontrar essa singularidade e resolver antes que seja tarde demais. O problema começa quando, por algum motivo, a produção do anime resolveu contar a história de trás para frente. Para explicar a timeline de Grand Order precisaria fazer um post especial para ele já que existem diversos especiais no meio, animes com arcos exclusivos como o arco da Babilônia e também um filme sobre Camelot creio que a confusão começou mesmo por culpa de Grand Order que, ironicamente, não teve ordem de lançamento. 

Emiya-san Chi no Kyou no Gohan (2019)

Provando que dá para fazer qualquer coisa com os personagens de Fate, Emiya-san Chi no Kyou no Gohan é baseado no manga de mesmo nome que é um slice of life com personagens de Fate clássico. Aqui não tem história profunda e nem procure por coerência dos fatos, apenas aprecie as curtas histórias dos personagens vivendo o dia-a-dia na maior paz e tranquilidade. Fica bem implícito na história, mas Shirou é um grande cozinheiro e o anime explora esse lado dele, cada historinha acompanhamos ele fazendo alguma receita junto com outros personagens que vivem em paz, talvez pegando alguma referência em Hollow Ataraxia já que isso também acontece por lá, então temos cenas inusitadas como Caster pedindo ajuda do Shirou para cozinhar ou Lancer sendo amigo de bebida da Taiga. A série é um grande fan-service para aqueles, como eu, que gostam dos personagens da série original e gostam de ver eles em paz e não prontos para matar uns aos outros. 

Lord El-Melloi II Sei no Jikenbo: Rail Zeppelin Grace Note (2019) 

Essa história é interessante, ela se passa 10 anos depois dos acontecimentos da série clássica de Fate e acompanhamos Lord El-Melloi II que é na verdade Waver Velvet um dos participantes da guerra de Fate/Zero, Waver recebe o título de Lord El-Melloi II de seu professor que também tinha participado da guerra. Só que para manter seu título de Lord, Waver precisa cuidar de Reines, irmã de seu falecido professor até que ela tenha idade para cuidar da família El-Melloi. Por isso, além de dar aulas de magia, Waver também precisa cuidar de alguns casos que Reines e a Associação de Magos dão para ele e junto com sua assistente, Grey, eles partem para mais as variadas histórias. Essa é a história que menos tem conexão com a série original, fora referências de acontecimentos antigos e aparições de personagens que vão desde a série original até passando por Apocrypha. Mas justamente por não tem tanta conexão, ela consegue se aprofundar mais na lore de magos já estabelecida no universo de Fate, criando sua própria história. A história é mais voltada para o suspense e investigação. Além da série para TV com 13 episódios, também tivemos dois especiais, um em 2018 e outro agora em 2021.

E eu acho que é isso? Acho que não faltou nenhuma outra série de Fate para cobrir aqui. Deu um trabalhinho reunir tudo isso, na verdade era um texto que estava planejando antes de entrar em hiato, só agora resolvi criar coragem para terminar e publicar esse texto. O que mais confunde quem vai assistir algo de Fate com certeza é Grand Order, há tantas séries derivadas dele e o pior que não sai na ordem cronológica o que dificulta ainda mais. Na minha opinião de todas as séries, a mais passável é a Apocrypha, eu não consegui gostar dela, curiosamente é uma das únicas histórias que o foco principal é a guerra e não as sub tramas, eu gosto de Fate justamente por causa dos personagens e da história que é contada além da guerra ao ponto que ela se torna algo secundário, por isso que eu gosto dos spins offs que usam os personagens clássicos. 

2 comentários:

Bruno disse...

Comecei acompanhar a série Fate por causa do Melty Blood e esse post (e o blog também), caíram como uma luva. Ótimo conteúdo!! Vou aproveitar pra levar as postagens antigas.

Bruno disse...
Este comentário foi removido pelo autor.